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Na tessitura pura do universo líquido, onde a dança rítmica das moléculas se revela num movimento invisível, imaginamos a pele da água. Sob a luz transitória que se reflete na sua superfície, surge um quadro de excelência, uma cobertura translúcida que alimenta os contornos do ambiente líquido.
A pele da água, esculpida pelo tempo, manifesta-se como interface entre duas esferas: o etéreo e o aquático. Como uma pintura abstrata, é ao mesmo tempo efémera e resiliente, recolhendo os raios solares com a suavidade de uma extrema coreografia. Nesse transparente tecido, os raios de luz entrecruzam-se, criando uma aparência cromática inquieta, um espetáculo de cor que transcende a mera realidade física.
Na sua essência, a pele da água, é uma narrativa visual que ecoa as coisas do mundo.
Cada curva, um capítulo; cada reflexo, uma insistência magnética. Nas bordas do desconhecido, essa película líquida revela-se como um palimpsesto onde o passado e o presente coexistem, desenhando um arco temporal que se estende desde a princípio do tempo até o instante presente e fugaz.
A pele da água, com sua fragilidade aparente, é, na verdade, a sombra de segredos remotos, o espelho que reflete a essência intangível da existência. Basta observar a pele da água para nos levar a pensar em assuntos profundamente evocativos, que desafiam a nossa perceção da natureza e do mundo (que maltratamos) à nossa volta.
Portanto, reflitamos com reverência esse véu líquido e instável que encerra na sua tessitura a substância universal da qual fazemos parte.
Pedro Tudela